Idec Testa Aplicativos de Bancos e Aponta Fragilidades Contra o Golpe do Acesso Remoto

Idec Testa Aplicativos de Bancos e Aponta Fragilidades Contra o Golpe do Acesso Remoto
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou no dia 02/10/2023, seu relatório abordando a crescente ameaça do golpe do acesso remoto. Intitulado “Golpe do Celular Invadido: Responsabilidade dos Bancos e Direitos dos Consumidores”, o documento detalha o extenso trabalho realizado pelo instituto ao longo de seis meses.
A Epidemia do Golpe do Acesso Remoto
Este golpe, cada vez mais comum, ocorre quando criminosos se passam por atendentes de bancos e entram em contato com as vítimas através de meios como WhatsApp, SMS, e-mail ou chamadas telefônicas. Eles utilizam informações pessoais da vítima para ganhar sua confiança, adotando uma abordagem técnica e educada.
Os fraudadores então alegam problemas na conta da vítima e a persuadem a baixar um aplicativo em seu celular. Esse aplicativo, na verdade, é um programa de acesso remoto que permite ao criminoso assumir o controle do dispositivo, realizando transferências, empréstimos, compras e outras transações fraudulentas.
O Trabalho do Idec
O Idec iniciou sua investigação em abril deste ano após enviar uma notificação ao Nubank, que liderava as reclamações de golpes envolvendo a invasão de celulares em 2022, de acordo com o Reclame Aqui. Embora muitas reclamações estivessem relacionadas a celulares roubados, algumas também diziam respeito ao golpe do acesso remoto, com relatos circulando nas redes sociais.
Após receber respostas dos bancos, o Idec expandiu sua investigação e enviou notificações aos três maiores bancos privados do país: Bradesco, Itaú e Santander. As perguntas eram as mesmas: se já tiveram clientes afetados pelo golpe, quais medidas tomaram para prevenir e se estão reembolsando as vítimas.
Um dos bancos revelou ser possível bloquear completamente o acesso remoto ao seu aplicativo, levantando questões sobre por que os outros bancos não adotaram essa tecnologia. Posteriormente, após mais notificações, os bancos alegaram estar investindo em medidas de segurança.
Os Testes de Acesso Remoto
O Idec aguardou um mês após a última notificação antes de iniciar testes nos aplicativos dos bancos. O objetivo era verificar se pessoas sem conhecimento em segurança cibernética poderiam acessar os aplicativos e realizar transações por meio de software de acesso remoto.
Um banco bloqueou com sucesso o acesso remoto e exibiu uma mensagem de suspeita de golpe, inutilizando o aplicativo por algumas horas. Os outros bancos testados não obtiveram o mesmo resultado. Foi possível acessar os aplicativos e realizar transferências via PIX.
Reuniões e Divulgação do Relatório
Após a última notificação, três bancos solicitaram reuniões presenciais com o Idec, enquanto um deles enviou um ofício em resposta. Durante as reuniões e no ofício, os bancos apresentaram medidas de segurança para combater o golpe do acesso remoto.
O Idec acredita que o bloqueio eficaz do acesso remoto é essencial para proteger os consumidores de fraudes. O relatório não apenas conclui o trabalho do instituto, mas também pode ser usado por vítimas em busca de reembolso.
O Idec optou por não divulgar detalhes dos testes para evitar o uso indevido do acesso remoto. O documento menciona o Artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor e a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça como bases legais para proteger os direitos das vítimas.
Além do relatório, o Idec fornece um modelo de petição para auxiliar aqueles que buscam reparação por danos. A ação judicial é a última opção após tentativas de contato direto com o banco e denúncias em órgãos de defesa do consumidor.
Para acessar o relatório completo e obter informações adicionais sobre o trabalho do Idec no combate ao golpe do acesso remoto, clique aqui.
A proteção do seu dinheiro e informações pessoais é fundamental. Esteja ciente das ameaças cibernéticas e aja com responsabilidade ao lidar com informações financeiras online.